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Café com Pequeno

  • Foto do escritor: Blog NUCIM
    Blog NUCIM
  • 6 de mar. de 2018
  • 4 min de leitura

Essa semana entrevistamos o Professor Emanuel Pequeno sobre seu projeto "Café com Pequeno". Mais uma experiência exitosa do nosso curso.

NUCIM: Fale um pouco sobre seu projeto.

Professor: Após concluir o programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia da UFC/Santa Casa de Misericórdia de Sobral, em 2014, fui convidado a desempenhar papel de preceptor, realizando, dentre outras atividades, visitas semanais na enfermaria de ginecologia, quando orientava internos e residentes da UFC. Ao final da discussão dos casos, desenvolvi o hábito de selecionar o assunto mais discutido naquela ocasião para realizar breves explanações que contemplassem o tema de forma geral. Esse momento passou a ser chamado de “Cursos Rápidos” e começou a atrair a atenção de muitos internos, que passaram a acompanhar os momentos mesmo quando já não mais estavam no rodízio de ginecologia. Como essas conferências tinham início muito cedo, internos e residentes começaram a se organizar e passaram a alimentar-se durante as sessões, trazendo um caráter mais descontraído ao momento que, então, passou a chamar-se de “Café com Pequeno”, seguindo a sugestão da Liana, residente extremamente empolgada que está preste a concluir o programa. Com o passar dos meses, surgiu a ideia, também estimulada pela citada residente, de criar-se um momento para avaliar o aprendizado gerado pelos “Cursos Rápidos”. Nesse período, vinha cursando uma Pós-Graduação em Preceptoria de Residência Médica, ofertada a mim pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. Durante o curso, tive contato com teorias sobre as Metodologias Ativas de Ensino e decidi colocar em prática tal aprendizado. Criei uma sessão mensal em que dividia os internos em 4 times capitaneados por residentes. Cada time seria responsável por realizar o atendimento a uma paciente por mim interpretada no intervalo de 15 minutos. Nesse período eles teriam direito a 3 ajudas, sendo elas: 1 minuto de pausa na simulação para discussão entre o grupo, 1 minuto de consulta ao residente capitão e 1 minuto de orientação dos colegas dos outros grupos. Os casos que elaborava evoluíam de forma a forçar os alunos a demonstrar conhecimento completo sobre o tema, desde a fisiopatologia, passando pela epidemiologia e exame físico até o tratamento e seguimento. O atendimento deveria ser desenvolvido de tal forma que resolvesse completamente o caso em questão e, para tanto, levava para o momento todos os exames que seriam possivelmente solicitados e previa desfechos para cada conduta que tomassem. Ao final do tempo estipulado ou quando o time julgava que havia concluído todo o caso, solicitava aos outros grupos que avaliassem o atendimento e apontassem pontos de acerto e de erro. Em seguida, apresentava um check-list em que listava todos os passos e condutas que se aplicavam à situação, fazia considerações que ainda não haviam sido abordadas e dava uma pontuação para o time. Ao final, o time de maior pontuação seria o vencedor.

NUCIM: Como você fez para que essa experiência com residentes pudesse ser aplicada com os internos?

Quando teve início a preparação do internato do curso de medicina da UNINTA, fui convidado a participar como preceptor e decidi trazer a experiência de sucesso do “Café com Pequeno” mensal para o cronograma semanal dos internos. Dessa forma precisei fazer alguns ajustes para que os momentos passassem a ser ainda mais enxutos e proveitosos. Então, seguindo as ideias de “gamificação”, de metodologias ativas e solução de casos clínicos para abordar determinado assunto, adicionando também a ideia de preparar os alunos para provas de concursos, desenvolvi novo método. Abandonei, por enquanto, o conceito de simulação e passei a conduzir as sessões de forma semelhante, mas com algumas modificações. Mantenho a divisão do grupo de internos em times que se enfrentam, além da elaboração de casos clínicos complexos e que contemplem todo o assunto, porém exponho apenas 1 caso por semana e a partir da exposição elaboro questões do tipo “abcd” que deverão ser respondidas por todos os grupos. Cada grupo recebe um “quadro mágico” onde anota o item que julga correto e, no momento oportuno, todos os grupos revelam simultaneamente suas escolhas. Os grupos que escolherem a resposta correta ganham 1 ponto. Em seguida, um grupo terá a chance de, caso deseje, justificar sua resposta. Caso a justificativa esteja correta, ganhará novo ponto, caso contrário perderá o ponto conquistado. Nesse momento, interfiro um pouco comentando e, em algumas situações, completando as justificativas para todo o conteúdo seja abordado. O direito de justificar a questão será dado a um grupo a cada questão e, caso este não deseje justificá-la, passará esse direito ao grupo seguinte. O grupo que conquistar mais pontos ao final do mês será o vencedor.

NUCIM: Que benefícios trouxe tanto para o curso como para alunos e professores participantes?

Em minha avaliação, o projeto vem conquistando êxito no objetivo de promover aprendizado de forma leve e descontraída, além de contribuir para a integração entre os internos e residentes da UFC e UNINTA. Os participantes avaliam de forma muito positiva as sessões, nas quais chegam bastante empolgados.

NUCIM: Muito obrigada pela sua participação e por compartilhar conosco essa experiência tão rica em aprendizado.

 
 
 

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