Pesquisa usa planta encontrada no Nordeste para combate ao HIV
- Blog NUCIM
- 28 de ago. de 2017
- 2 min de leitura
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, em parceria com a Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos, testam uma substância para combater o vírus HIV. Os cientistas extraíram da semente de uma trepadeira, planta encontrada na região Nordeste do país, uma proteína chamada puchelina. Nos testes, ela matou 90% das células infectadas.
Segundo a pesquisadora Ana Paula Ulian Araújo, as sementes da planta Abrus pulchellus tenuiflorus são tóxicas e, se ingeridas, podem matar.
Efeito em células doentes
A proteína da semente foi ligada a anticorpos produzidos no laboratório. Os pesquisadores testaram a substância em células com o vírus HIV, fornecidas por um hospital norte-americano.
Nos testes feitos no Instituto de Física da USP, eles descobriram que a mistura da proteína puchelina com os anticorpos identifica somente as células doentes, matando o HIV. Já os glóbulos brancos sadios não são atingidos.

O pesquisador iraniano Mohammad Sadraeian, que coordenou os testes, explicou que a substância age em pouco tempo e 90% das células infectadas com o vírus HIV morrem em dez minutos.
O resultado acaba de ser publicado em um dos principais sites de divulgação científica do mundo, o Scientific Reports, que reúne artigos da revista Nature.

Combate a 'vírus escondidos'
Em todo o país, quase 830 mil pessoas são portadoras do HIV e, segundo o Ministério da Saúde, são 41 novos casos por ano. Hoje, os medicamentos matam apenas os vírus que estão circulando no organismo e, geralmente, provocam diarreia, vômito e manchas.
A substância produzida na USP, consegue eliminar também os vírus que estão ‘escondidos’ no corpo, em lugares como o sistema linfático e em partes do intestino.

Francisco Guimarães, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC). (Foto: Reprodução/ EPTV)
Testes em macacos e humanos
A próxima fase é testar a substância em macacos e depois em humanos. “É o começo muito positivo que pode trazer, a partir de estudos então posteriores, quem sabe a tão desejada cura da Aids. É claro que a gente não pode dizer isso agora, mas o potencial existe e é muito promissor”, disse a pesquisadora da USP.
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