Útero artificial: um avanço para a prematuridade extrema

Útero artificial: grupo de cientistas americanos criam sistema que reproduz condições para o desenvolvimento de fetos prematuros.

A prematuridade extrema é a principal causa de morbidade e mortalidade infantil. Os avanços no cuidado intensivo neonatal melhoraram a sobrevida e empurraram os limites de viabilidade para 22 a 23 semanas de gestação. No entanto, associado a essa sobrevida, estão associadas altas taxas de doença pulmonar crônica e outras complicações da imaturidade do órgão, particularmente em neonatos nascidos antes de 28 semanas.

A falha respiratória representa o problema mais comum e desafiador, uma vez que a troca gasosa em neonatos prematuros críticos é prejudicada pela imaturidade estrutural e funcional dos pulmões. Esta condição, conhecida como displasia broncopulmonar, é relacionada a uma parada no desenvolvimento pulmonar secundário durante a transição prematura de um pulmão repleto por líquido para um pulmão preenchido por gás.

O trabalho em questão foi publicado no dia 25 de abril no periódico Nature Communications, sob a supervisão do Dr. Alan Flake do Children’s Hospital of Philadelphia Research Institute, e desenvolveu um sistema composto por três componentes principais: um circuito arteriovenoso sem bombas, um ambiente fechado repleto de fluido, com troca contínua desse fluido e uma nova técnica de acesso vascular umbilical.

Através da técnica desenvolvida, com a utilização do dispositivo extracorpóreo, foi demonstrado o suporte ao desenvolvimento de fetos de cordeiros prematuros extremos por até 4 semanas, sem a identificação de distúrbios fisiológicos aparente ou falha em nenhum órgão. Estes resultados são superiores a todas as tentativas anteriores de criar um suporte extracorpóreo a fetos prematuros extremos, tanto na duração como no bem-estar fisiológico.

O artigo completo, inclusive com vídeos do experimento está disponível no link https://www.nature.com/articles/ncomms15112

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